Assembleia suspende greve de portuários marcada para esta quarta
Francisco Aloise
A paralisação de 24 horas programada para ocorrer nesta quarta-feira no Porto de Santos, a partir das 7 horas, não vai mais ocorrer. Portuários reunidos na noite desta terça, em assembleia conjunta, decidiram suspender o movimento grevista.
Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Administração Portuária (Sindaport), Everandy Cirino, a decisão se baseou na desistência de outros portos em não aderir ao movimento, que seria em nível nacional. “Não podemos bancar sozinhos uma greve que teria que ser nacional”, disse o sindicalista.
A categoria, entretanto, participa nesta quarta, às 10 horas de passeata seguida de manifestação e de protesto. “Temos que pressionar o Governo Federal para resolver o impasse sobre nosso dissídio coletivo de 2011 que não foi cumprido pela Codesp e a situação do Portus, que é bastante preocupante”, menciona Cirino.
A Codesp, por sua vez, explicou, por meio de sua assessoria de imprensa, que o assunto envolvendo o acordo coletivo de trabalho se arrasta na Justiça pois ela, como uma estatal, precisa cumprir a legislação e recorrer de toda decisão judicial contrária a ela.
Protesto
Mesmo não ocorrendo a greve, portuários, participantes e assistidos do Portus, fundo de previdência, farão hoje um ato público na porta da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp). A concentração será às 10 horas na porta da Associação de Participantes do Portus (APP-Santos), que fica na avenida Rodrigues Alves, 365. “De lá vamos seguir em passeata até a porta da Codesp”, afirma Cirino .
A deliberação sobre a manifestação foi tomada em assembleia realizada na manhã desta terça-feira.
O Portus, fundo de pensão da categoria, está sob intervenção do Governo desde agosto do ano passado. Com a intervenção, foram destituídos a Diretoria e Conselhos Fiscal e Deliberativo. “O prazo da intervenção seria de 180 dias para tomar ciência da real situação financeira e dos valores exatos das dívidas das patrocinadoras, que são as Companhias Docas. Porém, já sabemos que a intervenção será prorrogada por mais seis meses”.
Segundo o sindicalista, até agora, nenhuma medida concreta em favor do Portus foi tomada. “Infelizmente, desde 2008, ainda aguardamos a liberação de R$ 150 milhões, dos R$ 400 milhões prometidos pelo presidente Lula, como antecipação de parte dos valores devidos pelas patrocinadoras”, lembra.
Everandy Cirino conta que sem o recebimento dos R$ 150 milhões, o Portus não tem mais do que alguns meses para continuar honrando com sua folha de pagamento de benefícios. “Isso demonstra que o Governo não tem interesse prático em manter o fundo de pensão vivo”, conclui.
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