Fonte: O Globo
Após decisão que autoriza Brasil a retaliar no caso do algodão, país demonstrou que pode ceder.
BRASÍLIA. A disposição em negociar demonstrada pela secretária de Estado americana, Hillary Clinton, no caso do algodão criou a expectativa de que os EUA podem rever barreiras importantes ao comércio brasileiro, como as aplicadas ao etanol, ao suco de laranja e à carne bovina in natura. Esta é a avaliação de governo, especialistas e representantes do setor privado.
Isso porque a negociação, no caso, significa a oferta de compensações ao Brasil para evitar retaliação de US$ 830 milhões.
A sanção brasileira foi autorizada no fim do ano passado pela Organização Mundial do Comércio (OMC), que condenou os programas de incentivo às exportações concedidos aos produtores americanos.
Para Celso Grisi, especialista em comércio exterior da Fundação Instituto de Administração (FIA), é preciso cautela ao negociar com os americanos, principais parceiros comerciais do Brasil.
— Ameaçar é muito perigoso.
O melhor é conversar e apresentar as reivindicações brasileiras. Os EUA são um player importante e não vejo vantagem em manter o clima de rivalidade e antagonismo — disse Grisi.
Na avaliação de um graduado funcionário do governo brasileiro, o que mais preocupa as autoridades americanas é a área de propriedade intelectual, sobretudo medicamentos. A cassação de patentes não está descartada.
Esse temor pode levar os EUA, além de abrir seu mercado, a reduzir o volume de subsídios fixados anualmente na lei agrícola americana. A legislação será renovada e apresentada ao Legislativo americano em 2012.
O tom da negociação, que começará na semana que vem, será conhecido em 30 dias, que passam a ser contados a partir da data de publicação da lista de itens que deverão ter tarifas de importação elevadas, prevista para segunda-feira, dia 8.
Este foi o prazo dado pelo Brasil para que os EUA ofereçam uma contraproposta.
— Esperamos que, no leque de compensações, os EUA atendam à determinação da OMC e modifiquem seus programas de subsídios — afirmou o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Haroldo Cunha.
O diretor da área internacional da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Carlos Sperotto, lembrou que os produtores de algodão arcaram com a ação na OMC, iniciada em 2002, pela qual pagaram cerca de US$ 3 milhões em advogados.
O diretor de negociações internacionais da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), Mário Marconini, espera mudanças estruturais na política americana de subsídios, uma vez que isso não será possível na Rodada de Doha.
OBSTÁCULOS AO BRASIL NOS EUA
Suco de laranja: Tarifa de quase US$ 0,10 por litro
Etanol: Tarifa de importação de 2,5% e importação de álcool etílico taxada em US$ 0,54 por galão
Açúcar: Em bruto sobretaxado em US$ 14,60 a tonelada
Fumo: 75% do fumo da fabricação do cigarro nos EUA são americanos
Carne de frango: Exportação dos EUA (US$ 700 a tonelada) tem preço muito menor via subsídios
Carne suína: Restrição imposta devido a aftosa em bovinos no Brasil e peste suína africana, em 74
Carne bovina: Sem acordo sanitário com o Brasil, EUA não reconhecem áreas livres de aftosa
Frutas e vegetais: Burocracia dos EUA na liberação de frutas como o mamão papaia
Siderurgia e ferro-ligas: O Brasil é um dos mais atingidos pelos EUA. As sobretaxas vão de 6% a 142%
Após decisão que autoriza Brasil a retaliar no caso do algodão, país demonstrou que pode ceder.
BRASÍLIA. A disposição em negociar demonstrada pela secretária de Estado americana, Hillary Clinton, no caso do algodão criou a expectativa de que os EUA podem rever barreiras importantes ao comércio brasileiro, como as aplicadas ao etanol, ao suco de laranja e à carne bovina in natura. Esta é a avaliação de governo, especialistas e representantes do setor privado.
Isso porque a negociação, no caso, significa a oferta de compensações ao Brasil para evitar retaliação de US$ 830 milhões.
A sanção brasileira foi autorizada no fim do ano passado pela Organização Mundial do Comércio (OMC), que condenou os programas de incentivo às exportações concedidos aos produtores americanos.
Para Celso Grisi, especialista em comércio exterior da Fundação Instituto de Administração (FIA), é preciso cautela ao negociar com os americanos, principais parceiros comerciais do Brasil.
— Ameaçar é muito perigoso.
O melhor é conversar e apresentar as reivindicações brasileiras. Os EUA são um player importante e não vejo vantagem em manter o clima de rivalidade e antagonismo — disse Grisi.
Na avaliação de um graduado funcionário do governo brasileiro, o que mais preocupa as autoridades americanas é a área de propriedade intelectual, sobretudo medicamentos. A cassação de patentes não está descartada.
Esse temor pode levar os EUA, além de abrir seu mercado, a reduzir o volume de subsídios fixados anualmente na lei agrícola americana. A legislação será renovada e apresentada ao Legislativo americano em 2012.
O tom da negociação, que começará na semana que vem, será conhecido em 30 dias, que passam a ser contados a partir da data de publicação da lista de itens que deverão ter tarifas de importação elevadas, prevista para segunda-feira, dia 8.
Este foi o prazo dado pelo Brasil para que os EUA ofereçam uma contraproposta.
— Esperamos que, no leque de compensações, os EUA atendam à determinação da OMC e modifiquem seus programas de subsídios — afirmou o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Haroldo Cunha.
O diretor da área internacional da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Carlos Sperotto, lembrou que os produtores de algodão arcaram com a ação na OMC, iniciada em 2002, pela qual pagaram cerca de US$ 3 milhões em advogados.
O diretor de negociações internacionais da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), Mário Marconini, espera mudanças estruturais na política americana de subsídios, uma vez que isso não será possível na Rodada de Doha.
OBSTÁCULOS AO BRASIL NOS EUA
Suco de laranja: Tarifa de quase US$ 0,10 por litro
Etanol: Tarifa de importação de 2,5% e importação de álcool etílico taxada em US$ 0,54 por galão
Açúcar: Em bruto sobretaxado em US$ 14,60 a tonelada
Fumo: 75% do fumo da fabricação do cigarro nos EUA são americanos
Carne de frango: Exportação dos EUA (US$ 700 a tonelada) tem preço muito menor via subsídios
Carne suína: Restrição imposta devido a aftosa em bovinos no Brasil e peste suína africana, em 74
Carne bovina: Sem acordo sanitário com o Brasil, EUA não reconhecem áreas livres de aftosa
Frutas e vegetais: Burocracia dos EUA na liberação de frutas como o mamão papaia
Siderurgia e ferro-ligas: O Brasil é um dos mais atingidos pelos EUA. As sobretaxas vão de 6% a 142%
Boa tarde, sou Adriana, aluna do Curso de Comex da FMU, gostaria de uma ajuda sua.
ResponderExcluirTeria como você me informar quais são os benefícios fiscais para a exportação de Etanol para a Suécia?? Estou tentando encontrar em diversos sites mas a única coisa que eu acho é sobre essa notícia que tem acima.
Qualquer coisa mande no meu e-mail, por favor: adriana.laham@hotmail.com
Desde já agradeço muito!
Adriana Laham