Governo
prepara lei para proibir operação-padrão
· fonte: Agencia Estado
áticas adotadas pelos servidores públicos em greve, a
presidente Dilma Rousseff já chancelou os primeiros pontos de um projeto de lei
para disciplinar as paralisações. Na versão encomendada ao ministro Luís Inácio
Adams, da Advocacia-Geral da União (AGU), o expediente da
"operação-padrão" será proibido.
À frente dos estudos para o desenho
da nova lei, Adams afirmou ao jornal O Estado de S. Paulo que
ela deve proibir o expediente pelo qual os grevistas vão ao local de trabalho e
desempenham suas funções de forma minuciosa, retardando a prestação de serviços
como liberação alfandegária de mercadorias e checagem de passaportes nos
aeroportos.
Além disso, Adams afirmou que servidores de áreas consideradas essenciais,
como médicos do Sistema Único de Saúde (SUS) ou funcionários da Justiça
Eleitoral em período de eleição, devem ter o direito de greve negado. O direito
a cortar o ponto será mantido, bem como a substituição de servidores federais
em greve por servidores públicos de Estados e municípios.
Além da AGU, técnicos dos ministérios do Planejamento, do Trabalho e da
Casa Civil estão envolvidos na discussão do projeto em Brasília. A questão
sempre foi um tabu para o governo federal - a Constituição de 1988 prevê a lei,
que, no entanto, nunca foi criada.
"A greve deste ano mostrou a todos no governo a urgência de uma lei
específica para os servidores. Isso está na nossa agenda de curto prazo",
disse Adams.
O advogado-geral da União caracterizou como "abusiva" e
"ilegal" a prática da operação padrão, e citou exemplos de categorias
que não podem parar. "Fala-se em greve como se fosse um valor absoluto,
mas não é. O direito de greve deve permitir que o atendimento médico, por
exemplo, seja negado a um cidadão? Alguém pode morrer por causa de uma greve,
ou o Brasil deve ficar sem eleições? É simples: há servidores que não podem
parar", disse.
De acordo com estimativas das
centrais sindicais, mais de 250 mil servidores federais engrossaram as greves
neste ano - pouco menos de um terço do total de 1,1 milhão de funcionários na
ativa.
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